quinta-feira, 31 de março de 2011

Comunidades eclesiais de base


Entre as forças emergentes da Igreja nestes últimos anos, há a experiência significativa das Comunidades Eclesiais de Base. São grupos que amadureceram e ganharam sua legitimidade como forças vivas da Igreja num momento particularmente difícil e, ao mesmo tempo, glorioso da Igreja da América Latina.

As Comunidades Eclesiais de Base representam, ainda hoje, um ponto de referência para muitas Igrejas espalhadas pelo mundo todo e adquiriram um estatuto legítimo nos documentos da Igreja oficial (Medellín, Puebla, Aparecida).

Hoje, no entanto, nos perguntamos sobre a real consistência dessas comunidades e quais rumos estão trilhando na entrada do terceiro milênio.

Na V Conferência Geral do Episcopado Latino Americano e do Caribe, realizada em maio de 2007, no Santuário de Aparecida do Norte, os bispos reconheceram e confirmaram a força positiva das Comunidades Eclesiais de Base:
- Elas abraçam a experiência das primeiras comunidades (At 2, 42-47);
- Elas têm sido escolas que têm ajudado a formar cristãos comprometidos com a sua fé, discípulos e missionários do Senhor, como testemunha a entrega generosa, até derramar o sangue, de muitos de seus membros (DA 178);
- Elas permitiram ao povo chegar a um conhecimento maior da Palavra de Deus, ao compromisso social em nome do Evangelho, ao surgimento de novos serviços leigos e à educação na fé dos adultos (Puebla 629);
- No seguimento de Jesus, elas têm a Palavra de Deus como fonte de sua espiritualidade (DA 179);
- Elas demonstram seu compromisso evangelizador e missionário entre os mais simples e afastados, e são expressão visível da opção preferencial pelos pobres.
- Mantendo-se em comunhão com o seu bispo e inserindo-se no projeto de pastoral diocesana, as CEBs se convertem em sinal de vitalidade na Igreja particular (DA 179).

Com esta simples referência ao Documento de Aparecida, desejo em primeiro lugar renovar o meu apelo para que as CEBs, juntamente com os grupos paroquiais, associações e movimentos eclesiais, possam contribuir para revitalizar as nossas paróquias, fazendo delas uma comunidade de comunidades.

E lembrar, enfim, que todas as comunidades e grupos eclesiais darão fruto na medida em que a Eucaristia for o centro de sua vida e a Palavra de Deus for o farol de seu caminho e de sua atuação na única Igreja de Cristo.





Dom Odelir José Magri

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