quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

America Latina: O continente mais desigual

Os 20% mais ricos retêm 57% da riqueza

A desigualdade entre ricos e pobres aumentou na
América Latina nos últimos anos.

Hoje em dia, os 20%
mais ricos monopolizam 56,9% dos recursos, enquanto
os 20% mais pobres recebem apenas 3,5% – o que faz
do Continente a região mais desigual do mundo.

“O país com menos desigualdade de entrada de
dinheiro na América Latina tem maior desigualdade
que qualquer país da Organização para a Cooperação e
o Desenvolvimento Econômico (OCDE) e inclusive que
qualquer país do leste da Europa”, assinala o documento.

O Brasil é o país menos equitativo, uma vez que
os 10% dos mais ricos monopolizam mais da metade
das entradas de dinheiro (50,6%), diante de 0,8% que
recebem os mais pobres da população.

O México é o segundo país mais desigual, pois
os 10% mais ricos da população recebem 42,2% das
entradas de dinheiro, diante de 1,3% que recebe a
mesma porcentagem dos mais pobres.

Na Argentina, em terceiro lugar, 41,7% de entradas
de dinheiro da camada mais alta da sociedade
contrastam com 1,1% que recebem os menos favorecidos.

Na Venezuela, em quarto lugar, os 10% mais ricos
arrecadam 36,8% do dinheiro e os 30% mais ricos
controlam 65,1% dos recursos, enquanto os 10% mais
pobres se veem obrigados a sobreviver com apenas
0,9%.

Na Colômbia, 49,1% das entradas de dinheiro do
país são retidas pelos 10% mais ricos, diante de 0,9%
dos mais pobres. No Chile são 42,5% diante de 1,5%.

Os países mais equitativos da região são Nicarágua,
Panamá e Paraguai, embora nos três as diferenças
entre ricos e pobres sejam abissais, pois os
10% mais ricos consomem mais de 40% dos recursos.

A urbanização não diminuiu a pobreza na América
Latina; o número de pobres aumentou muito nas últimas
décadas. Em 1970 havia 41 milhões de pobres
nas cidades da região, que correspondiam a 25% da
população. Em 2007 eram 127 milhões de pobres urbanos,
29% da população urbana.

A pobreza rural no Brasil é de 50,1% da população; na Colômbia, 50,5%;
no México, 40,1%; e no Peru, 69,3%. A exceção é o
Chile, com um índice de pobreza rural de 12,3%.


ONU-Habitat, em V Fórum Urbano Mundial da ONU, Rio de Janeiro, 25 de março de 2010

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