Arcebispo convida a ter clareza quanto à sua significação
“Quando se proclamam votos de feliz Natal remetem-se os corações à fonte alimentadora que sustenta e dá sentido à vida. Há o desafio de vencer a desconfiança configurada no mundo contemporâneo”, afirma o arcebispo, em artigo divulgado à imprensa nesta sexta-feira.
“Com a valorização exacerbada do que é evidente, do que se toca, controla e, particularmente, traz satisfação imediata, o coração humano fica despreparado e incapaz de alcançar o que é mais. Tende a caminhar por superficialidades que trazem consequências nefastas. Coloca lenha na fogueira do caos, que resulta da falta de sentido mais profundo para se viver, ajudar os outros e buscar com clareza o próprio destino.”
O coração humano “torna-se palco de disputas sanguinárias e de amarguras. Seduzido pelo poder fissura-se em metas que comprometem a vida e a traveste de gostos e razões que não só desgastam, mas também destroem esse maravilhoso dom”.
O Natal – afirma Dom Walmor – “é, pois, a festa da grande novidade de Deus que se dá a conhecer em Jesus Cristo Salvador, no diálogo que Ele deseja sempre ter conosco”.
Dizer feliz Natal “é desejar que o destinatário dialogue amorosamente com Deus, oportunidade extraordinária que cada pessoa tem de conversar com a Trindade - Pai, Filho e Espírito Santo - fonte geradora e inesgotável da comunhão que corrige os descompassos da vida”.
“Desejar feliz Natal é fazer um convite à vivência do silêncio que gera escuta para poder participar da fecundidade amorosa de Deus, faz brotar no coração o amor genuíno e autêntico. Amor que ultrapassa, em valor e significação, o que é sustentado somente por sentimentos de afinidade ou por interesses e conveniências”.
O arcebispo cita uma passagem da exortação pós-sinodal Verbum Domini, de Bento XVI, como horizonte de referência para se formular os votos natalinos.
“Neste diálogo com Deus, compreendemo-nos a nós mesmos e encontramos resposta para as perguntas mais profundas que habitam no nosso coração. De fato, a Palavra de Deus não se contrapõe ao homem, nem mortifica os seus anseios verdadeiros; pelo contrário, ilumina-os, purifica-os e os realiza. Como é importante, para o nosso tempo, descobrir que só Deus responde à sede que está no coração de cada homem”, cita o arcebispo.
24.12.2010
Fonte: ZENIT
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