“Tu vens, Tu vens, eu já escuto teus sinais” (Alceu Valença)
Tempo do Advento, espera, vigilância, comunhão, tempo de reunir as lutas e “endireitar os caminhos do Senhor”. A música Anunciação de Alceu Valença canta essa grande esperança, deste Senhor que veio, vem e virá.
Para nós cristãos católicos ele veio por meio da Virgem Maria a mais de dois mil anos, vêm todos os dias para um encontro pessoal em sua Palavra, na Eucaristia, na comunidade e nas ações do dia a dia, pois ele age em nossa história até o dia em que tivermos nossa páscoa e nos encontrarmos definitivamente com a Salvação. E virá um dia restaurar toda criação. Mas, nossa espera e esperança se unem a de nossos irmãos judeus que ainda hoje esperam o Emanuel, eles esperam a vinda e nós a volta do Verbo de Deus.
Reginaldo Veloso, cantor e compositor da caminhada, compôs um novo hino usando a música de Alceu para nossas comunidades que canta: “O Sertão seco pela chuva a suspirar, dos oprimidos geme o peito em oração, vem ó Senhor, nos libertar, não tardes mais, junta esse povo e realiza a promissão. Lá vem, lá vem, já se aproxima a Redenção!” É tempo de unir a nossa espera a espera de todo nosso povo e como outrora os primeiros cristãos clamar: “Maranathá, vem Senhor Jesus!” para que se realize realmente a promissão.
Esperamos a Reforma Agrária, esperamos a Reforma da Previdência, do Judiciário, a Reforma Política. Esperamos nas filas da saúde publica, nas filas das escolas, nas filas de órgãos, nas filas do INSS, nas filas de empréstimos para poder plantar a semente nova, esperamos... Esperamos... Esperamos, este tempo vem animar retomar a nossa luta, ir juntando o grito e cantar: “Das encurvadas as cabeças se levantam, dos explorados unem-se as cansadas mãos e os gemidos vão virando um forte canto, o pobre unido é sinal de Redenção!”
Junto com Maria, a Virgem já anunciada desde o tempo de Isaías, nós esperamos. Junto a Ela, que em Guadalupe aparece esperando o Salvador em seu ventre, junto a Ela que se manifesta a um indígena, um excluído da sociedade nós aguardamos. “A voz do anjo sussurrou nos teus ouvidos: ‘Ave Maria, serás mãe da Salvação’, Maria-Igreja, vai dizer aos oprimidos que a terra nova já se encontra em gestação”.
Como São Paulo diz: “Toda natureza se encontra como que em dores de parto, esperando pela Redenção” nos unimos a todo cosmos, a todo ecossistema, esperando junto com a Mãe Terra, “o novo céu, a nova terra e o novo mar”.
É assim: o tempo do advento é o tempo da espera, da vigilância, o tempo da esperança, de rever a nossa vida. É tempo de encher nossas lâmpadas de óleo, manter as que estão acesas e acender as que estão apagadas. É acender na chama do Círio Pascal, unindo o Natal a Páscoa do Senhor, pois o Natal ganha seu sentido na Páscoa, assim como todas as festa da Liturgia.
“A amada espera seu amado. O amado vem a sua amada” este é o espírito do advento, o Senhor que vem a sua Igreja, a seu povo que clama: Maranathá! Celebremos com esperança este tempo, com os pés na realidade, alimentando nossa espera, mesmo com o sistema indo contra toda esperança, pois o Senhor vem! Esta é a nossa esperança e Ele conta conosco para que junto com Ele realizemos a Redenção.
“Lá vem, lá vem, já se aproxima a Redenção” (Reginaldo Veloso)
Éder Massakasu Aono
animador de CEBs - Arquidiocese de Sorocaba
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