segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Hossana

Adelia Prado

Cantam coros de místico esplendor
E impenetrável sonhar de paixão,
A elevação de um místico fulgor
Aos céus da interminável solidão.

Cantam o esplendor do céu sem razão,
Vazio como o seu etéreo louvor,
E as horas nascidas na escuridão
Parecem somente ilusões de dor.

Enchem-se os céus com ecos de saudade,
Aclamações da eterna liberdade,
Oráculos de um deus inacessível.

Mas, na sombra da dor que se escondeu,
Há um corpo que, cego, grita ao céu
Como sobreviver é impossível…

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