quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Martir da Pastoral Carcerária - Franz de Castro Holzwarth




Cerimônia de Entronização dos Restos Mortais de Franz de Castro, aconteceu nesta quarta-feira, 17 de novembro, às 8h30.


A Diocese de São José dos Campos realizou nesta amanhã, 17 de novembro, a cerimônia de entronização dos restos mortais do servo de Deus Franz de Castro Holzwarth, que ficarão definitivamente na entrada da Igreja Matriz, em São José dos Campos. A cerimônia aconteceu a partir das 8h30, presidida pelo bispo diocesano Dom Moacir Silva, com a presença de membros do Tribunal Diocesano da Causa do Servo de Deus Franz de Castro Holzwarth, a tia de Franz, D. Ligia e sua irmã, D. Sônia, amigos como Padre José Cândido Pereira, Padre Dimas de Paula e Dr. Mário Ottoboni.

O sarcófago fica localizado ao lado esquerdo da porta de entrada da Igreja Matriz São José – Pça. Cônego João Marcondes Guimarães. Centro – São José dos Campos – SP.

O CASO - No dia 14 de fevereiro de 1981, Franz foi morto em uma rebelião na cadeia de Jacareí (SP). Ele era o mediador de um motim e se ofereceu como refém no lugar de um policial militar. Franz, um policial e três presos, usariam um carro na fuga, porém com o tiroteio, o advogado foi atingido por mais de 30 tiros e morreu.

A Diocese de São José dos Campos abriu o processo de Beatificação de Franz de Castro no dia 6 de março de 2009. No momento, o Processo passa pela fase diocesana, na qual são estudadas todas as circunstâncias, nos mínimos detalhes, que envolveram a morte de Franz de Castro.

Todos os depoimentos serão encaminhados para Roma e após o veredicto final do Papa Bento XVI, Franz poderá ser o primeiro santo mártir dos presos da História da Igreja e o segundo santo brasileiro.


Artigo
“Ninguém tem amor maior do que aquele que dá a vida por seus amigos.” Esta passagem de João, no capítulo 15, versículo 13, expressa a grandeza do gesto que poderá eternizar a história de Franz de Castro Holzwarth. Um leigo católico que entregou sua vida por uma parcela da sociedade ignorada: os detentos. Um homem, que testemunhou profundamente, seu amor Deus, pela prática da fé, da esperança e do amor. Entrou na Apac, para partilhar com os irmãos prisioneiros, o seu conhecimento, e principalmente, partilhar do seu amor. Deu a sua vida pela Apac, participando, inclusive, da direção da Associação. Morreu tentando impedir outras mortes. Agora a Igreja busca o reconhecimento de sua atitude, a do martírio, que ele não procurou, simplesmente deixou acontecer por amor.

A santidade é a vocação comum de todos os cristãos. E muitas pessoas testemunham com sua própria vida que é possível optar por Jesus Cristo e levar esta opção até as últimas consequências. É bem o caso de Franz de Castro, que se entregou totalmente, derramando o seu sangue por amor a Jesus Cristo; amor testemunhado, vivido, especialmente, para com aqueles que Jesus quis se identificar: os presos.

A Diocese de São José dos Campos está concluindo a “fase diocesana” do processo de Beatificação do Servo de Deus Franz de Castro. Sua contribuição se dá pelo trabalho do Tribunal Diocesano e da Comissão Histórica, os quais investigaram a vida de Franz de Castro e o episódio fatídico. Toda documentação será entregue para a Congregação para a Causa dos Santos, em Roma, que irá começar então a fase romana. Esperaremos então o veredito do Santo Padre, para todo esse trabalho de investigação a respeito da fama de martírio e santidade de nosso caríssimo Franz de Castro.

Temos a certeza de que Franz foi um cristão autêntico. Foi um profissional exemplar, responsável. Viveu intensamente o seu compromisso com Deus, com a Igreja, com a sociedade, com a profissão, com os irmãos, dedicando-se ao serviço dos mais necessitados. Franz de Castro foi um homem de profundo amor a Deus. Testemunhou isso pela prática da vida religiosa. Agora, repousa na mesma Igreja, onde diariamente participava da Santa Missa, a Matriz São José.
Dom Moacir Silva
Bispo Diocesano de São José dos Campos


Noticias de Barra do Piraí
O traslado dos restos mortais do servo de Deus Franz de Castro foi feito, sexta-feira, 12 de novembro de 2010, em Barra do Piraí, interior do Rio de Janeiro. Advogado morto em 1981, quando mediava a rebelião de presos da cadeia pública de Jacareí, interior de São Paulo, Franz de Castro pode se tonar o primeiro santo mártir dos presidiários.

O traslado dos restos mortais de Franz de Castro foi feito do cemitério da cidade até a Igreja de Santana onde, logo em seguida, foi celebrado o Ofício Divino. Familiares e amigos estavam presentes na cerimônia de despedida.

Franz de Castro era advogado e morreu durante tentativa de mediar uma rebelião de presos na cadeia pública de Jacareí, interior de São Paulo, em 1981. O advogado trocou de lugar com um policial feito de refém pelos amotinados e foi morto dentro do carro juntamente com outros cinco presos. O corpo foi atingido por mais de trinta projéteis.

Padre Dimas de Paulo Inácio afirma que o advogado teve grande influência em sua caminhada como sacerdote, e que ficou admirado com a coragem do amigo.

Jacareí pertence à diocese de São josé dos Campos, interior de São Paulo, que entrou oficialmente este ano com o pedido de continuidade da segunda fase do processo de beatificação de Franz de Castro, já consagrado pela Igreja como servo de Deus.

Por ser mártir, Franz de Castro não precisa de milagres para ser considerado beato.

Toda a documentação e depoimento de mais trinta pessoas serão enviados para Roma a partir do próximo mês. Se aceito, Franz de Castro poderá ser o primeiro santo mártir dos presos da história da Igreja Católica.

O postulador da congregação da causa dos Santos, Frei Paolo Lombardo, acredita que a terceira e última fase do processo começa a ser analisada pela Igreja no máximo em treze anos, mas a "a fama de santidade" - expressão da fé dos fiéis, pode diminuir o tempo de espera.

Tempo que aumenta a ansiedade de Peter, irmão de Franz de Castro. Mas ele se diz satisfeito. Para ele, o traslado não deixará nenhum vazio no coração da família.

Na despedida de Franz de Castro, fica para o povo da cidade a esperança de que o Rio de Janeiro tenha logo o primeiro Santo do estado.

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