segunda-feira, 10 de março de 2008

"Vai, e faze tu o mesmo!"

Uma atitude!!!
Responder ao chamado com ação!!!





Dom Demétrio Valentini - "Vai, e faze tu o mesmo!" - 10/03/2008 - 15:45
A Campanha da Fraternidade está se aproximando de sua conclusão, com a coleta marcada para o Domingo de Ramos. Suscitou discussões em torno do vasto tema da vida, que continuarão com certeza. Esta permanece, aliás, uma das finalidades da Campanha: levantar questões que necessitam de maior discernimento.
Mas há sempre o risco de ficar no debate estéril. Como costumavam fazer os escribas e fariseus, que não se cansavam de colocar questões teóricas a Jesus, inclusive para pô-lo à prova. Jesus sabia muito bem atalhar os caminhos das discussões inúteis, urgindo coerência de atitudes, e relativizando posições dogmáticas.
O fato mais notável foi a resposta prática que Jesus deu à questão teórica do escriba que queria saber quem era seu próximo.
Foi então que Cristo contou a famosa parábola do Bom Samaritano. Diante do homem assaltado e caído à beira do caminho, o sacerdote e o escriba passaram ao largo, para não se comprometerem. Ao passo que o samaritano, com fama de herege e de impuro, soube se compadecer, e socorreu o pobre homem, vítima da violência.
Terminada a parábola, Jesus devolveu ao escriba sua pergunta teórica, de maneira prática: “qual deles foi o próximo do homem caído à beira do caminho?”. A resposta não podia ser outra: aquele que prestou socorro ao necessitado. E Jesus arremata de forma contundente: “Vai, e faze tu o mesmo!”.
Para alguém que queria discutir teorias, Jesus aponta atitudes práticas.
Pois bem, no final desta campanha, bom seria se pudéssemos tomar conhecimento de tantos “bons samaritanos”, que continuam fazendo o bem ao longo das estradas perigosas por onde passa hoje a vida. Descobrir o que fazem, para ver em que podemos ajudar.
Neste sentido, é bom divulgar, antes da coleta do Domingo de Ramos, as ações sociais que são feitas em nosso meio, sejam quem forem os “bons samaritanos” que as realizam, para sentir-nos motivados a oferecer nossa colaboração através da coleta que nos é pedida.
Como simples exemplo, vale a surpresa constatada na Diocese de Jales. Em reunião coordenada pela Cáritas Diocesana, procuramos elencar as ações sociais feitas na Diocese, e que podem ser incentivadas com os recursos da coleta da Campanha da Fraternidade.
Além das diversas “Pastorais Sociais”, que procuram atender a necessidades específicas, como a Pastoral da Saúde, da Criança, da Sobriedade, da Pessoa Idosa, da Pastoral Carcerária, e além das ações realizadas pelas diversas equipes de “promoção humana” que existem em quase todas as paróquias, ficamos surpresos com a lista de pequenos “projetos sociais”, em torno de situações concretas, para o atendimento de crianças e adolescentes, de jovens, de pessoas com dependências, ou catadores de material reciclável, e outros projetos com destinação diversa, que estão sendo realizados na Diocese.
Para crianças e adolescentes foram citados os projetos: “Corpo e Mente em Movimento”, ‘Projeto AACAJ”, e “Casa da Criança”, em Jales; “Projeto Raio de Sol”, em Cardoso; “Projeto Cidadão do Futuro”, em Guarani d’Oeste. Além de suprirem deficiências do ambiente familiar, estes projetos garantem às crianças complementação alimentar e escolar, além de diversas aprendizagens que são úteis para sua inserção na sociedade.
Para jovens, o número de projetos é ainda maior: “Projeto Juventude e Esperança”, em Jales, para menores infratores; “Projeto Juventude”, “Casa da Convivência Bem Viver” e “Espaço Amigo”, em Fernandópolis, e “ Projeto Banda Jovem”, em Auriflama.
São diversos os projetos de recuperação de dependentes químicos, exigindo acompanhamento profissional e estruturas físicas adequadas: Casa de Recuperação de Estrela d’Oeste; Casa de Recuperação de Pereira Barreto; Casa de Recuperação de Santa Fé do Sul – Feminina, e Centro de Recuperação de Santa Fé do Sul – Masculino.
Um trabalho que já vem sendo feito há muitos anos, iniciado em Santa Fé do Sul, e estendido a diversas outras comunidades, é com catadores de material reciclável, suscitando entre eles ações solidárias e organização profissional, como vem sendo feito em Santa Fé do Sul com o projeto “Luxo do Lixo”, em Ouroeste com o projeto “Ouro do lixo”, em Pereira Barreto com trabalho semelhante que já conta com o reconhecimento de toda a comunidade.
Outros projetos sociais têm destinação diversa, com a Horta Comunitária em S.Francisco, a Associação Padre Victorino em General Salgado, e o próprio Lar dos Velhinhos de Jales, e “escola de informática” no assentamento de Ilha Solteira, junto com outros projetos com mulheres e jovens nos diversos assentamentos.
Estas listas não esgotam tudo o que se faz de obra social, com diferentes iniciativas, que merecem reconhecimento e apoio. Mas são mais do que suficientes para entender o sentido e o valor que pode assumir a “Coleta Nacional da Solidariedade”, que em todo o Brasil conclui a Campanha da Fraternidade, no próximo Domingo de Ramos.
Se não fazemos sozinhos o mesmo gesto do Bom Samaritano, podemos nos associar a tantos “bons samaritanos”, que estão coordenando e levando adiante estas iniciativas.
A ordem de Jesus se aplica também a nós: “Vai, e faze tu o mesmo!”

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